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Vera Holtz, Caio Blat, Susana Vieira, Isabel Teixeira, Marcelo Serrado, Grace Gianoukas, Osmar Prado, Fúlvio StefaniniUm elenco para todos os gostos! Formar plateias para renovar o interesse pelas artes cênicas através do trabalho de grandes e populares atores e atrizes é um dos objetivos do Festival de Teatro Seguros Unimed. O evento, entre 24 de agosto e 5 de outubro, promete mais de 20 espetáculos adultos em 25 cidades paulistas.

O Festival Unimed, idealizado por Vicente Freitas e com direção-executiva de Claudia Vitale, leva montagensprotagonizadas por artistas consagrados a cidades que costumam ficar fora do roteiro das excursões. Enquanto as principais mostras de teatro do país privilegiam peças experimentais, a curadoria vai na contramão com produções aplaudidas em São Paulo e Rio de Janeiro capazes de chamar a atenção de uma plateia heterogênea.

Americana, Araras, Catanduva, Cerquilho, Santa Bárbara do Oeste, Sertãozinho, Presidente Prudente e Ubatuba são algumas das 25 cidades. O diretor Elias Andreato assina apeça Memórias do Vinho, protagonizada por Caio Blat e Herson Capri, que chega ao Teatro Municipal de Bebedouro em 28 e 29 de setembro.

É importante essa circulação porque muitos talvez vejam teatro pela primeira vez e pode ser um agente transformador de cidadania

,afirma.

Como produtor e diretor, Eduardo Figueiredo enxerga que é fundamental fomentar novas plateias e reestabelecer um circuito no interior. Ele é responsável pelo espetáculo O Veneno do Teatro, interpretado por Osmar Prado e Maurício Machado, marcado para 31 de agosto e 1º de setembro no Teatro Municipal Lulu Benencase, de Americana. “São Paulo é um estado gigante e muitas produções não viajam por falta de investimento”, diz. Só uma população com acesso à cultura pode modificar uma sociedade que vive um momento de tantas adversidades.”

Última peça dirigida por Jô Soares, Gaslight será vista no Teatro Municipal de Araraquara em 24 e 25 de agosto e no Teatro Municipal de Salto em 28 e 29 de setembro. O ator e produtor Giovani Tozi, que contracena com Erica Montanheiro, relembra que era comum as companhias deCacilda Becker, Paulo Autran ou Fernanda Montenegro excursionarem pelo interior, mas, hoje, isso dificilmente despertaria interesse nos patrocinadores. “É enriquecedor para o artista encontrar públicos de pontos de vista diferentes, mas para viabilizar a circulação precisamos de fomentos, como festivais”, afirma Tozi.  

Com Vera Holtz, o espetáculo Ficções foi visto em dois anos por 90 mil espectadores em duas dezenas de cidades do Brasil e de Portugal. A obra, baseada no livro Sapiens, Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari, estará em 24 e 25 de agosto no Teatro Colinas, de São José dos Campos, e apresenta a atriz como diferentes tipos em uma encenação performática. “É quase um jogo infantil em que interajo com a plateia lançando interrogações a todo mundo”, conta Vera. “Harari nos leva a reflexões profundas porque é comum acreditarmos em teorias inventadas que nada têm a ver com a gente.”

Uma destas teorias é a de que o teatro é um programa elitista e caro. O Festival Unimed quebra o paradigma com ingressos de 30 a 120 reais, e a atriz Isabel Teixeira poderá ter seu talento atestado pelo grande público. Prestigiada na cena paulistana, ela fez sucesso como a Maria Bruaca danovela Pantanal e comparece com o solo Jandira, Em Busca do Bonde Perdido, em 7 e 8 de setembro, em São José dos Campos.

É o último texto da atriz e dramaturga Jandira Martini (1945-2024) que, dirigido por Marcos Caruso, reflete sobre a finitude. “Jandira é uma autora que buscavacomunicação com qualidade”, elogia Isabel. “Sei que muitos não conheciam meu trabalho e me sinto honrada aosaber que algumas pessoas poderão pisar pela primeira vez em um teatro para ver uma atriz que descobriram na televisão.”